terça-feira, 3 de novembro de 2009

A VIDA É CHEIA DE OPORTUNIDADES

É verdade. A vida é cheia de oportunidades. Também é verdade que não se pode aproveitar todas.

O importante é manter-se alerta e aberto às mudanças. Oportunidade é sinônimo de mudança, de desafio, de ir além da mesmice diária. É abandonar a zona de conforto, aceitar o risco de eventualmente quebrar a cara e iniciar novamente a jornada. Nem sempre do ponto que se parou, às vezes a vida exige um voltar atrás maior.

Por isso não devemos nos arriscar? A resposta é não. Ninguém chega ao topo, à realização plena, sem colocar-se à prova, sem superar seus próprios limites. Ninguém chega ao topo, em um único pulo. É preciso dividir o trajeto em etapas. Depois, subir degrau a degrau. Em cada etapa um objetivo. Para cada objetivo os conhecimentos necessários, jogar recursos disponíveis versus necessidades, planejar, agir, alcançar e definir nova etapa. Cada etapa uma oportunidade de aprendizado, de autoconhecimento, de experimentar, de superar-se e de definição dos objetivos da próxima etapa.

Do mesmo modo que, manter-se alerta e aberto às mudanças, deve-se saber que não se aproveitará todas. Entender que as oportunidades, assim como o tempo, como a vida, é um só prosseguir. A oportunidade perdida, como o tempo, não se recupera. Você pode retomar a estrada. Nessa estrada novas oportunidades vão surgir, mas não a oportunidade perdida. Essa se foi, já era. Quanto mais cedo percebermos este fato, mais cedo retomaremos nossa vida, nosso desenvolvimento. Entender que mudança de rota, não é tempo perdido. Tanto melhor se a mudança for baseada em sua experiência e conhecimentos.

Na década de oitenta, eu assisti uma palestra cujo título era TELEMATICA. Esse nome não pegou. O nome hoje seria TELECOM. Nessa palestra já se desenhava todo o desenvolvimento da área de telecomunicações. Enganam-se, ao pensar que passarei a descrever o conteúdo da palestra. A oportunidade perdida por mim não tem relação com a área de telecomunicações, mas com a abertura da palestra.

O palestrante fazia uso de uma piada para demonstrar a variedade de abordagens que a palestra poderia ter. E a forma utilizada foi às dúvidas de um sheik que recebeu de presente 10 lindas odaliscas. Eu gostei tanto que decidi utilizá-la em minhas palestras. Fiz inúmeras palestras, mas sempre achava um assunto que se encaixava melhor ao conteúdo da palestra. O fato é que deixei essa abertura de lado, até que um dia me percebi de cabelos brancos e na terceira idade. Aí traído pelo próprio preconceito desisti de utilizá-la.

O ideal seria interromper a narrativa e deixá-los esbravejar. Não vou sacanear. Assim, retomando a abertura, o sheik, olhava para as 10 lindas odaliscas, cada uma mais bonita que a outra, passava examinando-as uma a uma, e dizia: Eu sei exatamente o que devo fazer, mas não sei por onde começar.

Não é difícil deduzir porque abandonei a idéia de utilizá-la. Eu não queria ouvir um gaiato qualquer dizer em voz alta: sabe o que fazer! Ah! Engana-me que eu gosto! Ah! O véio já esqueceu como se faz!

Aí o riso da platéia. O vexame. A humilhação. Não porque a observação seria verdadeira, mas pelo preconceito da sociedade de achar que todo velho está sexualmente morto.

Vehio.

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