segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

FELIZ ANO NOVO

O Vehio está encerrando as atividades de seu blog em 2009. Prometendo voltar ainda melhor em 2010. Como todo bom brasileiro que se preza vai passar o final de ano na praia. Vou ajudar a montar a caravana infindável de SP para o litoral norte. Vai pintar canseira e algum nervosismo (anda, para, anda, para). Se não pintar nenhuma multa já está muito bom.

Já pulei as 7 ondinhas na passagem do ano. Hoje, já não pulo mais. Antes que alguém conclua apressadamente, informo não é pela idade. Tenho muita saúde para pular as ondinhas. É que algumas crenças aumentam com a idade e outras se vão. No meu caso as ondinhas se foram. Toda crença é boa quando o objetivo de quem crê é o seu bem pessoal ou o bem do próximo. Aos praticantes dos pulinhos desejo que os pedidos se realizem e que tragam muita felicidade.

A passagem do ano para muitos é um período de renovação. É época de prometer não fazer mais as coisas ruins. É época de manter ou ampliar as coisas boas que faz. É época de prometer mudar um hábito. Alguns prometem não fumar. Outros não beber. Outros prometem mudar o comportamento com relação aos pais. À esposa ou ao marido, conforme sexo ou preferência sexual. Aos amigos. Aos colegas de trabalho. A tudo enfim.

Alguns cumprirão a risca o prometido e outros voltaram às promessas na próxima passagem de ano.

O importante não é o que se promete. Não é o que se cumpre. Não é o que se deixa de cumprir. O importante é a reflexão. É o desejo de ser melhor. É a conscientização de manter o que está certo. É o desejo de mudar o que está errado.

Desejo a todos. Feliz Ano Novo. Desejo que os roteiros de suas viagens sejam elaborados com objetividade, no sentido e na direção da felicidade, da saúde e do sucesso.

Vehio

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL

O final do ano está próximo. É primavera. A natureza se apresenta em cores vivas. O calor se faz presente. O verão, logo, logo, bate à porta. O Natal se aproxima. As pessoas se envolvem. E como estivessem em sinergia com a natureza desabrocham em nobreza, em solidariedade, em alegria, em pura bondade.

A felicidade contagia. A ebulição é geral. O burburinho dos shoppings. A loucura das ruas. A disputa pelo melhor presente. Todos buscam presentear familiares e amigos. Alguns presenteiam estranhos, meninos de rua. A filantropia é incentivada. As pessoas organizam festas em orfanatos, em asilos. Os presentes surgem em campanhas individuais, em campanhas coletivas, em meios de comunicação, em empresas, em instituições religiosas.

Há quem diga. A data é puramente comercial. Desculpem¸ ouso discordar. Essa estranha força capaz de fazer o ser humano pensar no próximo. Ser Bom. É algo mais. É magia. É divina.

Desejo a todos. Feliz Natal.

Vehio.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

COMO FUNCIONA A REDE DE RELACIONAMENTOS NO MUNDO CORPORATIVO

A sua rede de relacionamento é muito maior do que você pensa. Essa rede funciona para o bem e para o mal. A sua marca é fundamental não apenas para as pessoas próximas, mas também para pessoas que tem pouco contato com você.

Vou dar um testemunho pessoal do funcionamento da rede de relacionamentos. Neste exemplo, para o bem.

Era dezembro de 1989. Participei de um movimento grevista mesmo atuando em nível gerencial. Ao todo o movimento envolveu 14 gerentes e um número muito grande de funcionários. O protesto era contra os atrasos frequentes no pagamento dos funcionários praticado pela empresa. Nessa época a inflação era alta, acima de 30% e em março de 1990 atingiu o patamar de 85%. O prejuízo com os constantes atrasos eram enormes.

Imaginem comandar um CPD com cronogramas rígidos de processamentos e os funcionários descontentes. Alguns com suas necessidades básicas não sendo atendidas em consequencia dos atrasos nos pagamentos de salários. Eu era o executivo responsável pelo CPD. Participei da grave para chamar a atenção da cúpula da empresa dos transtornos causados pelos constantes atrasos. Os relacionamentos (chefia/funcionários, empresa/empregados) atingiram níveis insuportáveis.

No dia seguinte ao movimento grevista o vice-presidente da empresa, meu chefe, me chamou. Mostrou uma foto minha e dos demais gerentes do movimento grevista. Ele lamentou minha participação e disse: se você se desculpar permanece na empresa, senão será demitido. E complementou: não foi fácil conseguir esse acordo com a diretória. Agradeci o empenho pessoal dele e respondi ter participado do movimento para chamar a atenção e mostrar claramente a gravidade da situação. Não foi uma participação emocional. Foi uma participação de quem tem a responsabilidade de tentar mudar a situação. E conclui: não há nada para se desculpar. O que eu quis e ainda quero é cobrar uma solução definitiva da empresa. Acabar com os atrasos nos pagamentos de salários.

Empresa de único dono. Autoritário. O resultado foi o esperado. Fui demitido.

Tudo bem. Eu tinha doze anos na empresa. Receberia uma bolada. E essa grana bem investida daria tranqüilidade para mim e minha família.

Na prática a situação foi outra. Para começar não recebi todos os direitos. Tive que entrar com uma ação contra a empresa (lá se vão 20 anos e embora tenha ganhado a ação em todas as instâncias, até hoje não vi a cor do dinheiro). O dinheiro que recebi na época ainda dava certa tranqüilidade. Lembrem-se o Collor havia sido eleito. O clima era de mudanças. Assim investi o dinheiro em poupança, fundo de ações, over night, ... Só não investi em dólares.

A posse do Collor estava prevista para o dia 15/03/1990. Uns dias antes procurei o gerente do banco e combinei com ele o seguinte. Se houver perspectiva de lançamento de algum plano econômico transfira todos os meus investimentos para a conta corrente. A idéia era de que ninguém em sã consciência mexeria nos valores dos correntistas.

O plano econômico veio no dia 13/03/1990, na calada da noite. Foi antecipado em dois dias. Foi decretado pelo Sarney a pedido do Collor. O gerente não titubeou. Transferiu todos os meus investimentos para a minha conta corrente. O plano seqüestrou todos os investimentos. O único investimento não atingido foi o dinheiro aplicado em dólares. Investimento que não fiz. Para cada tipo de investimento a ministra liberou o equivalente a R$ 50,00. A moeda da época nem me lembro ao certo (Cruzados, Cruzados novos, Cruzeiros, Cruzeiros novos). Houve tantas. O nome da ministra eu sei, mas prometi a mim mesmo nunca mais pronunciá-lo. A m... feita pela equipe do Collor, meu pedido e a competência do gerente significou o seguinte: eu tinha R$ 50,00 para as despesas minhas e de minha família. Na época o suficiente para a uma semana.

Quem estava empregado receberia o salário no final do mês. Era ruim, mas dava alguma esperança de solução em curto prazo. Os desempregados, com o pandemônio provocado no mercado, tinham chances remotas de conseguir um novo emprego. Na época sequer entrevistas a gente conseguia. Desesperado e sem perspectivas fiquei alucinado. Um amigo, conhecido da ministra, me procurou e disse ter falado com ela sobre a liberação dos investimentos dos desempregados. Ele me convenceu. A quatro mãos redigimos uma minuta de portaria econômica para liberação do dinheiro dos desempregados. Esse amigo estava na mesma situação, ou seja, desempregado. Em nossa redação previmos a liberação do principal mais a correção monetária do período. O fato da ministra ser da rede de relacionamento dele facilitou nossa atuação. Conseguimos liberar o principal, sem correção monetária. Essa decisão praticamente dividiu nosso investimento por 2. Recebemos metade do que tinhamos direito.

Foi aí que o meu networking funcionou. Já tinha funcionado no parágrafo anterior. Afinal era o conhecimento de minha formação e competência, por esse amigo, que me ofereceu a oportunidade de redigir a minuta da portaria dos desempregados.

Fui indicado para uma vaga em uma multinacional italiana. O mais estranho foi que minha a indicação não partiu de nenhum amigo. Partiu de um profissional de outra área da empresa. Eu não tinha praticamente contato com a área desse profissional. Ele foi contatado por uma empresa de recrutamento. Constatando sua capacidade e competência o representante da Catho perguntou se conhecia alguém da área de Tecnologia de Informação. Ele simplesmente me indicou. Disse que embora não tivesse relação de amizade comigo, o meu conceito na empresa era de um excelente profissional. Pegou dados da posição e fez questão de me telefonar informando.

Quando o atendi ao telefone tive dificuldade de ligar o nome a pessoa. Qualquer ajuda naquele período era muito bem vinda. Quase um milagre. Em duas semanas estava em Bologna, na Itália e três semanas mais tarde assumia a responsabilidade do CPD da multinacional italiana.

Ele não me indicou por ser meu amigo. Ele me indicou simplesmente porque a minha marca era boa. A minha reputação na empresa era de um excelente profissional de TI.

O desespero e o sufoco da população provocado pelo governo Collor. Foi algo sem precendentes. Um ato irresponsável, impensável e infelizmente duradouro. Algumas pessoas jamais recuperaram suas finanças. Entregaram casa, carro e tudo que tinham para saldar compromissos assumidos antes da decretação do plano. Ainda hoje correm na justiça processos dessa época. Eu fui salvo por uma rede de relacionamentos e por alguém que sequer conhecia pessoalmente.

Vehio.

QUAL É A SUA MARCA?

No mundo globalizado atual o marketing pessoal é de importância fundamental para o sucesso em suas atividades (presentes e futuras). É a sua marca no mercado corporativo e a sua rede de relacionamentos que facilitarão ou prejudicarão as próximas etapas no desenvolvimento de uma carreira de sucesso.

O que as pessoas falam e pensam de você? Qual a mensagem que você transmite? Como influencia as pessoas? Qual sua área de abrangência? Qual é o seu impacto no cara a cara? Qual é o seu impacto via telefone? Qual é seu impacto nas comunicações escritas?

As respostas a essas questões são decisivas na formação e manutenção de sua marca pessoal.

As marcas positivas exigem trabalho diário para sua criação e manutenção. É uma ação continua de convencimento dos superiores, dos pares e dos subordinados. A todo momento será questionado quanto à competência e produtividade, quanto à confiabilidade, quanto a propósitos em benefício da comunidade, enfim qual é o retorno que você trás para todos.

As marcas negativas já são mais fáceis de criar e manter. Eu diria que são autônomas, mantém-se de forma independente. Algumas vezes elas surgem do nada e expandem-se na velocidade da luz. Um sorriso na hora errada. Uma crítica construtiva mal interpretada. Uma tirada sarcástica. Uma dose a mais na festa da empresa. Enfim, qualquer coisa pode ser usada por um “pouco amigo” para denegrir sua imagem e fortalecer a marca dele. Acredite o mundo corporativo é um excelente ambiente para a sobrevivência desse inseto chamado pouco amigo. Pode ser o cara que almoça todos os dias com você. Pode ser o cara que você em confiança conta suas intimidades, objetivos e aspirações de vida. Pode ser o cara do happy hour às sextas-feiras. Pode ser o cara do futebol pós expediente.

Como identificar o inseto? É também um exercício diário. O amigo de hoje pode ser o pouco amigo de amanhã. O jogo do poder no mundo corporativo, aliado a escassez de recursos, aliado a ambição dos participantes, aliado aos benefícios sociais e financeiros de uma carreira de sucesso, são combustíveis potentes para geração e disseminação desse tipo de inseto.

O que fazer? É uma decisão pessoal e individual. Cada participante vai definir suas próprias regras e formas de participar desse jogo.

Minha sugestão é a de que pense. O que é realmente importante para você? Ganhar o jogo qualquer custo?

Se a resposta for sim. Você é um inseto. Assim haja como tal. Apenas mantenha-se alerta e fique de olho nos insetos mais fortes. Você não está sozinho.

Se a resposta for não. A pergunta que segue. Até onde você quer chegar para atingir seus objetivos? O que é negociável? Eu diria que tudo é negociável, exceto seus valores e crenças. Esses são os fundamentos que dão base a sua personalidade e caráter. Valores e crenças pessoais são bens imutáveis. O sacrifício de qualquer um deles tem conseqüências graves em sua personalidade, caráter, auto-imagem e satisfação pessoal. E o mais grave não garantem sucesso na empreitada. Imagine não se sentir bem dentro das calças por algo que se fez e ainda arcar com o fracasso de não ter atingido os objetivos. Você vai se sentir um inseto. Vai se magoar muito e se recriminar por um bom tempo. Esses sentimentos farão parte de sua vida ainda que os objetivos sejam atingidos.

Como afirmei no parágrafo inicial a sua marca e a sua rede de relacionamento são fundamentais para a gestão de uma carreira de sucesso no mundo corporativo. Não acredite que os participantes do jogo do poder são ingênuos. Eles vão perceber suas manobras. No caso dos insetos, eu diria suas falcatruas para obter os resultados esperados (planejados). Eles apenas vão se posicionar de acordo com os próprios interesses. Se for interessante não ver. Se transformarão em cegos. O networking (rede de relacionamento) é muito importante para sua carreira na empresa atual, assim como numa eventual mudança de empresa. É a sua marca que vai definir a atuação de sua rede de relacionamento. E a indicação e a recomendação pessoal é a forma mais segura de sucesso no mundo corporativo. Acredite ninguém recomenda ou indica uma pessoa problema. Nosso objetivo é resolver e não criar dificuldades. Quem indica ou recomenda vai ser avaliado pelo sucesso ou fracasso do profissional indicado.

Vou elencar mais algumas perguntas em complemento ao supra exposto. Recomendo que todos pensem e se posicionem de acordo com seus valores e crenças.

Por que sou famoso? O que acontece quando entro e saio de um ambiente? Se eu deixar a empresa. Como serei lembrado? Qual é o meu legado?

A sua rede de relacionamento é muito maior do que você pensa. Essa rede funciona para o bem e para o mal. A sua marca é fundamental não apenas para as pessoas próximas, mas também para pessoas que tem pouco contato com você.

O próximo artigo é um exemplo do funcionamento da rede de relacionamentos (networking).


Vehio.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

SUA VIDA. QUEM DECIDE?

A mensagem que quero deixar neste artigo é simples. Se você não decidir sua vida, alguém vem e decide por você. Vou usar as palavras condução, condutor, conduzir e conduzido no sentido de quem tem o poder de decisão e de quem está apenas cumprindo as decisões alheias em sua vida.

Nascemos dependentes. Logo, não há ser humano que nunca foi conduzido. Porém, mesmo bebês, já somos obrigados a mostrar algum descontentamento com as decisões tomadas em nosso nome. Quando sentimos fome, estamos com dor, estamos sujos, ...

A vida é uma sequência interminável de relacionamentos pessoais e profissionais. Cada relacionamento é uma oportunidade para conduzir ou de ser conduzido. Na verdade estamos conduzindo e/ou sendo conduzidos. E essas dependências nos relacionamentos acontecem de forma simultânea. Ao mesmo tempo somos condutores e conduzidos. Quanto mais dependente o individuo for, mais conduzido será.

Conduzir, ou ser conduzido, é suficiente para considerar a vida boa ou má? A resposta é não. O ser humano pode, por preguiça, por indecisão ou por qualquer outro motivo, entregar, ou ser obrigado a entregar, o poder de decisão de parte de sua vida para terceiros. A moral, o caráter, do condutor será fundamental para a vida dessas pessoas. Eu prefiro ter o poder de decisão. A vida é minha. Significa que vou decidir tudo em minha vida? Não. Há acontecimentos incontroláveis na vida de qualquer um. Há decisões em nossa vida que apenas refletimos um acontecimento, uma situação pessoal ou profissional.

Voltemos um pouco ao conduzir ou ser conduzido. Em qualquer relação humana o eu é muito forte. O que significa que o condutor vai olhar primeiro o seu caso e depois o caso dos demais. Essa relação pode mudar se for entre pai/filho e/ou mãe/filho. Nesse tipo de relação, embora possa haver exceções¸ os meninos de rua estão aí para provar, é mais fácil, os pais abrirem mão do eu em benefício dos filhos. Ainda que não abram mão, a condução em sua maioria terá como objetivo conduzir os filhos para algo bom.

Há quem confie o poder de decisão para o destino. Dizem: o que tiver que ser será. Acho isso um erro. É como acreditar que um barco a deriva vai levá-lo à praia. Pode acontecer, mas a probabilidade maior é que o barco o leve para alto mar. A vida é uma viagem única. Sem volta. Portanto, é um risco muito grande entregá-la ao destino ou delegar a outrem a elaboração do roteiro dessa viagem. O termo: sem volta, retro mencionado, não tem nada haver com religiosidade.

A questão: conduzo ou sou conduzido? Em sua maioria não é uma decisão pessoal. Se você não decidir sua vida? Alguém vai decidir por você. Você será empurrado para objetivos que tendem mais a beneficiar o condutor do que a beneficiá-lo. Você pode até alcançar algum objetivo. Ficar satisfeito. Mas, no frigir dos ovos, você terá sido apenas o meio para alguém alcançar os próprios objetivos.

Há momentos na vida onde seremos obrigados a escolher a opção menos pior (Lula ou Fernando Henrique? Risos). Há momentos que a decisão nos chega formatada. É pegar ou largar. Há momentos que somos levados no turbilhão das emoções. É comum nessas ocasiões perdermos a racionalidade. Empacamos ou desembestamos em debelada carreira ladeira abaixo. Há momentos onde a única opção é engolir o sapo. Há momentos onde as opções são todas maravilhosas.

Sejam as opções maravilhosas, péssimas, controversas, irracionais, emocionais. Não esqueça. É sua vida. Logo, não improvise, não delegue a quem quer que seja a elaboração do destino e o roteiro de sua viagem. Você é o responsável e principal beneficiário dessa jornada. Assuma a condução. Em caso de dúvida recorra a seus pais. Recorra a outros conselheiros. Busque informações novas/complementares. Porém, nunca abdique da decisão.

Aonde chegar? Como Chegar? Quando Chegar? É responsabilidade sua. É sua vida. É a razão do seu existir.

Vehio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ENTREVISTA DE RECRUTAMENTO

A entrevista de recrutamento também é uma batalha entre duas forças. A mágica está em fazer com que essas forças convirjam para um único objetivo. É uma disputa, onde a informação, conhecimentos necessários, e o contexto da vaga devem estar muito bem definidos para entrevistado e entrevistador. Como em qualquer disputa deve-se conhecer, e bem, as regras do jogo. Aqui também a posição do entrevistador é mais confortável. Foi treinado e possui algumas técnicas para a condução da entrevista. Ao entrevistado cabe obter todas as informações sobre empresa, mercado e posição oferecida. Não é apenas ler o anúncio da vaga. Contentar-se com uma pálida idéia da vaga, do mercado e da empresa. Lembre-se, se for o selecionado, vai vincular sua vida, seus objetivos e aspirações de carreira a essa empresa. Sem ser um casamento para a vida toda, é uma relação por tempo indeterminado, que pode durar alguns anos e até mesmo toda sua vida profissional.

Nunca fui da área de RH, mas passei por muitas entrevistas. Estive dos dois lados. Vou colocar algumas situações, sem a preocupação de oferecer a alternativa infalível de sucesso nessas entrevistas. Todos nós, tendo ou não o dom da premonição, temos uma sensação do resultado da entrevista. Pode-se chegar a essa sensação, no meio da entrevista, logo após o término ou depois de alguma reflexão. Essa sensação pode ser intuitiva e pode ser pela experiência de ter passado por várias entrevistas. A verdade é que vamos aprendendo à medida que participamos de entrevistas. A reflexão do que fizemos certo e onde percebemos ter cometido alguma falha vai nos preparando para as próximas batalhas. Não é apenas o que se diz. Temos que ter muita atenção às nossas reações e às reações de nosso (s) oponente (s). A linguagem corporal é fundamental para entrevistado e entrevistador (es). O desconforto, o despojamento, a maneira que o oponente se comporta nos dá informações sobre o seu conhecimento e a veracidade de suas afirmações.

Entrevistas com mais de um entrevistador são as mais difíceis. É comum cada um deles estar preparado para analisar um item da entrevista. Um presta atenção no que se diz (conteúdo), outro na forma (como se diz) e pode haver um ou mais ainda prestando atenção no comportamento (linguagem corporal). Se esse for o caso, você deve estar muito bem preparado para obter sucesso. Tenha consciência que nenhum candidato vai sair ileso. O desconforto, o suor frio, não será apenas seu. Porém, quando escolhido suas possibilidades de sucesso são maiores.

Entrevistas com entrevistadores falantes. Entrevistadores que falam o tempo todo, interrompendo suas locuções, dissertando sobre as qualidades da empresa e da vaga. Essas são as mais agradáveis de participar e as mais difíceis de prever o resultado. No primeiro momento você pensa a vaga é minha. Depois a demora no prosseguimento vai minando sua confiança e você acaba se convencendo que perdeu a vaga. O que vou escrever agora pode e deve ser verdade na maioria dos casos. Os entrevistadores falantes estão tão preocupados com seus discursos que se esquecem de prestar atenção nos candidatos. Como decidem? Não sei. Por aparência. Por preconceito. Por sorteio. Se você for o escolhido. Estiver bem preparado. Vai ter sucesso independente da razão pela qual foi selecionado. Porém, a possibilidade de erro desses entrevistadores é enorme.

Entrevistas com entrevistadores monossilábicos, que falam pouco e deixam espaços enormes de silêncio durante as entrevistas. A impressão é que os processadores de suas CPU’s são mecânicos e não eletrônicos. Demoram um tempo enorme para processar as informações que você está passando. Olhar vazio, pensam, pensam. É comum candidatos ansiosos caírem na armadilha de preencher esses tempos. Recomendo não preencher esses vazios. Não se esqueça a condução da entrevista é dele, não sua. Aproveite o tempo para estudar as perguntas e as reações dele. A linguagem corporal dele vai te dar muitas dicas. Entrevistas desse tipo são difíceis de participar e difíceis de prever o resultado. Se for tática de entrevista, ele está prestando muita atenção em suas reações e fará uma boa escolha. Selecionará o candidato certo. Se for por desconhecimento do assunto e a demora for por não conseguir encadear as perguntas com maior rapidez. A possibilidade de erro é a mesma dos entrevistadores falantes.

Como disse nos parágrafos iniciais, independente do tipo de entrevista, é fundamental ter conhecimento da vaga. O que oferece? O que é preciso para exercê-la? Como a função é reconhecida no mercado? Qual o salário? Quais benefícios a empresa oferece? Jornada de trabalho exigida. Local de trabalho. Qual é a imagem da empresa?

As respostas do parágrafo anterior serão de suma importância no seu processo de tomada de decisão. Saber a quem você vai vincular o seu futuro, ainda que seja apenas o futuro imediato, pode ser o item mais importante para você no processo de recrutamento e seleção. Essas informações podem determinar sua participação ou não no processo seletivo.

Vehio.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO – DICAS PARA AVALIADO

No final da década de sessenta multinacionais passaram a adotar técnicas na área de recursos humanos de seus países de origem. As relações humanas ganharam importância. A idéia era buscar internamente em seus funcionários solução para os problemas de falta de mão de obra especializada no mercado. A única maneira era desenvolver o seu público interno de modo a capacitá-los em tecnologias da empresa e em técnicas de liderança e administração. As empresas passaram a investir pesado no recrutamento e na formação de seus jovens com alto potencial. Pode-se dizer que houve uma caça aos talentos escondidos em vestes subalternas. Ainda hoje, empresas com administração modernas, utilizando-se técnicas avançadas de recrutamento, selecionam os melhores talentos das melhores escolas e busca no desenvolvimento dessas pessoas, custo baixo, serviços de alta qualidade e ampliação de sua competitividade no mercado.

A gestão de carreira foi uma das técnicas instituídas. A gestão trouxe em seu bojo o processo de avaliação dos empregados. Várias técnicas foram utilizadas. Em quase todas se definia os objetivos a serem atingidos pelos empregados. Era comum definir objetivos por nível hierárquico. No início os objetivos eram pouco precisos e suntuosos em sua definição. Ganharam destaques palavras como aprimoramento, aperfeiçoamento e outros vocábulos que engrandeciam e embelezavam a definição. Percebeu-se que era praticamente impossível de mensurá-los. Eram poucos os objetivos quantificados. Nesse momento inclui-se no processo sempre que possível uma variável de quantidade. Ganharam destaques os percentuais, a economia e os ganhos adicionais em numerário. O aumento em produtividade foi indicado percentualmente ou quantificado em unidades.

O importante nesse quadro era atribuir aos empregados objetivos/metas que deviam atingir em um determinado período. O prêmio e castigo também estavam inseridos nesse contexto. Quem atingia suas metas recebia algo e aqueles que ficassem aquém perdiam alguma benesse. Em casos mais graves e reincidentes perdiam até o emprego.

Nos parágrafos iniciais procurei contextualizar a época de implantação e dar uma visão geral do processo. Lógico que o processo teve variações em sua aplicação e que não ocorreu simultaneamente em todas as empresas. As entrevistas iniciais, de acompanhamento e finais têm importância fundamental no sucesso ou insucesso do processo. Na literatura técnica existem inúmeros livros, alguns volumosos, que tratam do processo de avaliação. A minha intenção não é competir e nem esgotar o assunto. Humildemente quero dar algumas dicas pessoais para o avaliado.

A primeira dica é acredite nas boas intenções do avaliador, mas não seja ingênuo. As entrevistas são batalhas, ainda que não declaradas, entre o avaliador e você. O avaliador foi treinado e possui algumas técnicas para obter informações que o auxiliam em sua avaliação. Uma delas é pedir que você se auto-avalie.

Antes de falar sobre sua auto-avaliação, a segunda dica é estude bem seus objetivos e tenha argumentos decisivos indicando tê-los atendido plenamente. A terceira dica é comece sua auto-avaliação pelos objetivos que você e o avaliador estejam de acordo. Ambos estejam convictos de realização plena. A quarta dica é trate superficialmente os objetivos cuja realização não tenha convicção ou que seus argumentos sejam fracos. Havendo chance peque pela omissão de comentá-los. A quinta dica é apresente sempre as suas qualidades, seus feitos e principalmente os que foram além de seu dever. A última é não fale de seus defeitos, ainda que os tenha. A obrigação de achar defeito é do avaliador, não sua. Sua obrigação é ter argumentos expressivos indicando que eles, se houveram, não tiveram reflexos no desempenho de suas tarefas e cumprimento de suas metas.

Sem ser uma dica é de todo recomendável que conheça em profundidade seu avaliador. As qualidades, os defeitos, a personalidade e a forma que conduz as entrevistas. Busque sempre que possível reforçar suas qualidades e dê especial atenção às qualidades comuns. Qualidades suas e dele. Fuja de situações onde envolvam defeitos seus e principalmente dele.

Faça sua auto-avaliação, considerando as recomendações acima, e o mais honestamente possível. Mantenha em sua mente a última dica. Não se prejudique sendo mais realista que o rei.

Vehio.