terça-feira, 10 de novembro de 2009

ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO – DICAS PARA AVALIADO

No final da década de sessenta multinacionais passaram a adotar técnicas na área de recursos humanos de seus países de origem. As relações humanas ganharam importância. A idéia era buscar internamente em seus funcionários solução para os problemas de falta de mão de obra especializada no mercado. A única maneira era desenvolver o seu público interno de modo a capacitá-los em tecnologias da empresa e em técnicas de liderança e administração. As empresas passaram a investir pesado no recrutamento e na formação de seus jovens com alto potencial. Pode-se dizer que houve uma caça aos talentos escondidos em vestes subalternas. Ainda hoje, empresas com administração modernas, utilizando-se técnicas avançadas de recrutamento, selecionam os melhores talentos das melhores escolas e busca no desenvolvimento dessas pessoas, custo baixo, serviços de alta qualidade e ampliação de sua competitividade no mercado.

A gestão de carreira foi uma das técnicas instituídas. A gestão trouxe em seu bojo o processo de avaliação dos empregados. Várias técnicas foram utilizadas. Em quase todas se definia os objetivos a serem atingidos pelos empregados. Era comum definir objetivos por nível hierárquico. No início os objetivos eram pouco precisos e suntuosos em sua definição. Ganharam destaques palavras como aprimoramento, aperfeiçoamento e outros vocábulos que engrandeciam e embelezavam a definição. Percebeu-se que era praticamente impossível de mensurá-los. Eram poucos os objetivos quantificados. Nesse momento inclui-se no processo sempre que possível uma variável de quantidade. Ganharam destaques os percentuais, a economia e os ganhos adicionais em numerário. O aumento em produtividade foi indicado percentualmente ou quantificado em unidades.

O importante nesse quadro era atribuir aos empregados objetivos/metas que deviam atingir em um determinado período. O prêmio e castigo também estavam inseridos nesse contexto. Quem atingia suas metas recebia algo e aqueles que ficassem aquém perdiam alguma benesse. Em casos mais graves e reincidentes perdiam até o emprego.

Nos parágrafos iniciais procurei contextualizar a época de implantação e dar uma visão geral do processo. Lógico que o processo teve variações em sua aplicação e que não ocorreu simultaneamente em todas as empresas. As entrevistas iniciais, de acompanhamento e finais têm importância fundamental no sucesso ou insucesso do processo. Na literatura técnica existem inúmeros livros, alguns volumosos, que tratam do processo de avaliação. A minha intenção não é competir e nem esgotar o assunto. Humildemente quero dar algumas dicas pessoais para o avaliado.

A primeira dica é acredite nas boas intenções do avaliador, mas não seja ingênuo. As entrevistas são batalhas, ainda que não declaradas, entre o avaliador e você. O avaliador foi treinado e possui algumas técnicas para obter informações que o auxiliam em sua avaliação. Uma delas é pedir que você se auto-avalie.

Antes de falar sobre sua auto-avaliação, a segunda dica é estude bem seus objetivos e tenha argumentos decisivos indicando tê-los atendido plenamente. A terceira dica é comece sua auto-avaliação pelos objetivos que você e o avaliador estejam de acordo. Ambos estejam convictos de realização plena. A quarta dica é trate superficialmente os objetivos cuja realização não tenha convicção ou que seus argumentos sejam fracos. Havendo chance peque pela omissão de comentá-los. A quinta dica é apresente sempre as suas qualidades, seus feitos e principalmente os que foram além de seu dever. A última é não fale de seus defeitos, ainda que os tenha. A obrigação de achar defeito é do avaliador, não sua. Sua obrigação é ter argumentos expressivos indicando que eles, se houveram, não tiveram reflexos no desempenho de suas tarefas e cumprimento de suas metas.

Sem ser uma dica é de todo recomendável que conheça em profundidade seu avaliador. As qualidades, os defeitos, a personalidade e a forma que conduz as entrevistas. Busque sempre que possível reforçar suas qualidades e dê especial atenção às qualidades comuns. Qualidades suas e dele. Fuja de situações onde envolvam defeitos seus e principalmente dele.

Faça sua auto-avaliação, considerando as recomendações acima, e o mais honestamente possível. Mantenha em sua mente a última dica. Não se prejudique sendo mais realista que o rei.

Vehio.

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