terça-feira, 3 de novembro de 2009

O QUE MATA O VÉIO?

Não são aquelas meninas de corpos bem feitos, desnudas, que agitam os sites e e-mails em geral. Cá pra nós, o número de afortunados com experiência, real, vivida com uma dessas garotas é ínfimo. No fundo, no fundo, se houve ou há uma experiência vivida? É mais fruto de algum atributo extra que o véio possa ter. Esse atributo pode ser dinheiro, posição na sociedade e/ou empresa, embriaguez da garota e do velhote, ...


Acredito ainda que (o que mata o véio) seja muito menos a comparação do sonho com a dura realidade da vida. Talvez a avaliação do esforço e resultados obtidos possa incluir na vida do velhote alguma frustração. Mas, francamente não é suficiente para levá-lo a morte. E, como sabemos, a capacidade do ser humano de se auto enganar é ilimitada. Logo, maquiar realidade/resultados é um processo extremamente fácil. Eu diria que nossa experiência de vida nos leva a ter uma interpretação própria, benevolente, das circunstâncias que vivemos. O famoso conselho dos livros de auto-ajuda "olhe para trás". Você olha e vê uma imensa fila de caras em situação pior que a sua. E daí? Eu quero olhar para frente. E daí? O bicho pega.


É! O autor viajou na maionese. Desviou-se do objetivo. Não. Não é nada disso. Posso afirmar, com toda certeza (o que mata o véio?). É o preconceito. O preconceito da sociedade, da empresa e da família. Esses preconceitos vão minando os breves momentos de alegria. Os problemas ganham dimensões extraordinárias. Pequenas rusgas transformam-se em obstáculos intransponíveis.


Olhemos o caso das empresas. À primeira dificuldade estabelecem: corte de pessoal. Quase sempre: pessoas com mais de x anos, office-boys e secretárias. Nem sempre nessa ordem, mas certamente as três classificações serão premiadas com a demissão. A mão de obra não qualificada também vai sentir os efeitos da crise. Quase sempre, punem-se os inocentes.


Vivi uma experiência ímpar em uma multinacional italiana. O diretor financeiro, por ocasião do corte de pessoal, pediu-me uma lista dos empregados com classificação descendente por salário. Esse diretor escolheu os empregados da primeira página e os demitiu. Literalmente arrancou a página. Todos acima dos 45 anos. Infelizmente meu nome constava da página arrancada. Vocês me perguntam: e o diretor, não constava dessa página? Respondo: não. Antes de sua solicitação pediu para que eu criasse uma folha de pagamento específica para a diretoria. Quem parte, e reparte, e não escolhe a melhor parte, é bobo ou não entende da arte.


Voltando à nossa linha inicial de raciocínio, afirmo: aos poucos o interesse, o gosto pela vida vai se esvaindo pelos meandros dos próprios preconceitos dos idosos. Assumem a impotência, colocam-se de lado e oferecem-se como cordeiros a serem imolados.


Se vocês amam seus velhos? Ouçam o que eles têm a dizer. Busquem em suas experiências, o remédio para as próprias feridas. Valorizem seus conhecimentos, e principalmente, façam com que se sintam participes de suas vidas.


Vehio

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